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ONGs brasileiras reúnem-se no Centro de Formação

A Abong (Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais) realizou entre os dias 16 e 18 de agosto, no Centro de Formação Sagrada Família, o Seminário Nacional “A agenda das resistências e as alternativas para o Brasil: um olhar desde a sociedade civil”.

De acordo com Mauri Cruz, diretor executivo da Abong, a iniciativa é uma oportunidade para a construção de estratégias e agendas comuns que possam reposicionar as instituições frente às profundas mudanças que estão ocorrendo no Brasil, na América Latina e no mundo. “Estas mudanças impactam a democracia e os direitos humanos, de forma geral, mas também impactam em nossa própria sobrevivência política. Compreender a gravidade e profundidade das mudanças e seus impactos em médio e longo prazos e, principalmente, construir alternativas comuns de como enfrentar este novo momento, é de extrema importância”, afirmou.

A primeira mesa do evento teve como tema “A crise política brasileira e seus efeitos sobre o debate das alternativas ao desenvolvimento: um olhar sobre as condições de sustentação de uma transição ao modelo”. O debate contou com as visões de Cândido Grzybowski, Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas); Paulo Carbonari, MNDH (Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos no Brasil) e Reginete Bispo, Akani (Instituto de Pesquisa e Assessoria em Direitos Humanos, Gênero, Raça e Etnia).

Segundo Cândido, a crise está por toda parte. “A democracia é inconveniente para o capitalismo no estágio em que está. O que estamos enfrentando é que vença o mais forte, segundo as leis do mercado”, explicou. Já Reginete faz uma crítica ao empresariado e ao capitalismo sob o ponto de vista racial. “Hoje o empresariado tem mentalidade escravocrata. No Brasil, o capitalismo sempre foi predatório, baseado na raça”, afirmou. Paulo, em sua fala, também coloca o capitalismo como fator agravante da crise. “O capitalismo, nos últimos anos, está com dificuldades de produzir novas riquezas e o trabalho está cada vez mais ocupando todo o tempo das pessoas. Estamos em tempo de destruição, de aniquilação”, concluiu.

O seminário contou com a participação de representantes de diversos estados do Brasil e tem o apoio e parceria da Fastenopfer, Misereor, Brot e Uniao Europeia. O Centro de Formação Sagrada Família participou da abertura do encontro, representado pela Irmã Luciana Feitosa, que acolheu a todos, desejando um ótimo evento ao grupo.